stive ontem, atentamente, a ver e ouvir na televisão uma entrevista a uma familia portuguesa que sobreviveu ao tsunami que se abateu sobre a Asia. Os jornalistas não terão mais que fazer do que chegar ao pé de pessoas que passaram por um trauma e fazerem perguntas tão estupidas como: "Então, em que é que pensou quando foi atingido pela onda?". Em que é que pensou?
"Olhe, quando somos atingidos por onda de 6 metros a viajar a cerca de 900 Km por hora, a gente pensa de facto em muita coisa. Mal a onda me atingiu, pensei... Terei desligado o fogão? Depois bati com a cabeça numa palmeira e aí pensei... Dava-me jeito comprar um casaco novo. O que é que acha que pensei? Pensei... AAAAAAAAHHHHHHHHH!!!!! foi o que pensei, deixe ver, sim foi isso... AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!!!".
Srs jornalistas deixem de ser assim, essa gente passou por muito, são vítimas de uma catástrofe, não são atracções de circo.
PB
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Sábado, Janeiro 10, 2004
Gago Coutinho e Sacadura Cabral
Não sei se os caros leitores estão a par do que se passou em 1922 com estes dois verdadeiros heróis, mas se não estão eu dou aqui algumas luzes...Gago Coutinho e Sacadura Cabral sairam de Lisboa em direcção ao Brasil e demoraram 62 horas de vôo para chegar ao Rio de Janeiro. E voces perguntam: Mas demorou assim tanto porque a distancia era grande? E eu respondo: sim,e para além disso o navegador era gago...
Eles fizeram escala em Las Palmas e em Cabo Verde, que é como quem diz, "pararam para ir mijar"... E apesar destas paragens eles chegaram a fazer jornadas de cerca de 20 horas de vôo sem parar. Meus amigos, eu acho que a verdadeira dificuldade de uma viagem destas não era a parte do avião não aguentar mas sim a parte de aguentar tanto tempo sem ir à casa de banho... não se esqueçam que era um bi-lugar... E se calhar era mesmo essa a razão pela qual as cabines dos 2 tripulantes eram abertas em cima, porque assim quando enchesse era só fazer a descarga com um looping.
Eu até acho que esta caracteristica dos aviões da época ajudou à colonização do Brasil. Já estou a imaginar os pilotos a parar o avião na selva e a espalhar o terror aos nativos da amazónia... imaginem... depois de vinte e tal horas de viagem: calças castanhas e amarelas, um cheiro tipo chanel nº5, e não podemos esquecer que na parte das descargas aéreas eles ficavam de cabeça pra baixo, logo ficavam com a cara e o cabelo com uma maquiagem especial...
Mas isto se calhar aconteceu com os vôos seguintes, porque o Gago Coutinho e o Sacadura Cabral não tiveram tanta sorte. Eles tinham uma multidão em apoteose à sua espera! E aqui, para verem o estado da coisa pensem um pouco...na altura não havia comunicações via satélite portanto a multidão só pode ter sabido que eles estavam perto por causa do cheiro! E não deve ser muito agradável a gente estar cansada,borrada, suada e mijada da cabeça aos pés com uma multidão à nossa espera!! E para piorar a situação, um dos pilotos com a emoção ainda se dirigiu às pessoas com o pirilau de fora, pois ouvia algumas vozes femininas: "Sácá-dura, Sácá-dura" e ele sacou...
Tempos dificeis...
HS
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Segunda-feira, Janeiro 05, 2004
Emprego